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Arte: Pedro Vieira

Editorial

Há dez foi publicada a primeira edição da Curinga, revista concebida dentro de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Neste mês de agosto de 2021, convidamos você para conferir a 30ª edição, resultado de uma trajetória jornalística de fôlego, um trabalho realizado por estudantes e professores que prezam por uma revista que tem como princípio “Ser aberta ao debate e fechada ao preconceito”.

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Ao longo deste percurso, abordamos questões que nos permitem refletir sobre a dinâmica dos sujeitos no mundo, promovemos diálogos plurais, evidenciamos acontecimentos que marcam histórias coletivas e individuais. Nesta nova edição, não poderia ser diferente. Por isso, apresentamos um tema urgente, que nos atravessa e nos deixa em alerta para enxergar um país que corre o risco de não conhecer a si mesmo no presente e futuro.

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“Brasil sem Censo” é o mote que conduz a Curinga Dossiê, edição 30. Afinal, não se pode deixar de olhar para um assunto que afeta a vida dos mais de 213 milhões de brasileiros. A não realização em 2020 e o cancelamento em 2021 do Censo Demográfico, pesquisa realizada a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma decisão do Governo Federal que impacta direitos garantidos à população, sobretudo no momento em que o país enfrenta a pandemia da Covid-19, considerada a “maior crise sanitária mundial da nossa época” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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As editorias Eu no Mundo, Mundo em Mim e Travessia sintetizam, em suas matérias, as ideias de Identidade, Existência e Memória da população brasileira. Somam-se a elas, três conteúdos exclusivos - entrevista, fotorreportagem e podcast - publicados na seção Especial. A edição buscou, nesse conjunto, documentar os impactos da não realização do Censo no que diz respeito ao planejamento e à implementação de políticas públicas que assegurem os direitos garantidos na Constituição, como o acesso à educação, saúde, habitação, segurança, entre outros.

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Convidamos você a pensar o motivo pelo qual essa pesquisa é considerada um “retrato do país”, assim como a necessidade de sua constante atualização, para incluir e aprimorar dados sobre sujeitos invisibilizados, como as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a população LGBTQIA+ e os povos Indígenas e Quilombolas. Você ainda poderá refletir sobre os prejuízos da ausência do Censo para diversas áreas, com reflexos no investimento em educação e no desenvolvimento de políticas de proteção à mulher. 

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Estendemos esse convite para uma reflexão sobre o Brasil e seus legados, para um diálogo sobre as questões que envolvem o trabalho e a moradia no país e por fim, para que você conheça as histórias por trás dos números, isto é, uma homenagem à memória daqueles que partiram ao longo da pandemia.

Aqui, as pessoas são a pauta principal, portanto, não deixaremos que suas histórias e lutas sejam apagadas. Tampouco permitiremos que os ataques aos valores democráticos, que intentam fomentar retrocessos em direitos conquistados a duras penas, passem desapercebidos por nossos leitores. Defendemos, acima de tudo, a redução das desigualdades e o fortalecimento da cidadania.

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