Deslocamentos
Sonhos no esporte
Em busca de um lugar ao pódio
Quem são os(as) atletas que deixam suas casas, cidades e até estados para buscar uma carreira de sucesso no esporte?
Texto de Ingrid Achiver
Vídeos de Ingrid Achiver e Paulo Henrique de Andrarde
Futebol, vôlei e ginástica de trampolim. Aparentemente, não há nada em comum entre as três modalidades. Uma utiliza a bola sendo tocada pelos pés, a outra é jogada quase em totalidade com a bola tocada pelas mãos e a última é definida por pulos e piruetas em uma cama elástica. No entanto, olhando com atenção é possível perceber a semelhança: os sonhos.
A Curinga visitou o treinamento das equipes femininas do Atlético e Cruzeiro. No primeiro ano como profissional, os clubes alcançaram bons resultados e estão abrindo caminhos para meninas que sonham em ser jogadoras de futebol no estado. As Cabulosas, como são conhecidas as cruzeirenses, foram vice-campeãs do Campeonato Brasileira da série A2 e conquistaram vaga na elite do futebol nacional. Já as atleticanas foram as campeãs invictas da Copa BH 2019. Conheça agora um pouco da história das jogadoras Amanda Carolina, Kembelly Campo e Camila Menezes.
Nos ginásios de vôlei, um barulho é muito característico: o som da bola tocando no chão. Ao conhecer o centro de treinamento das categorias de base do Sada Cruzeiro, foi possível observar a dedicação, a concentração, o foco e a disciplina cobrados dos jogadores a cada ponto. O Cruzeiro é um dos principais nomes do vôlei mundial e por isso, é referência também na formação de atletas. A equipe principal é tricampeã mundial, hexacampeã da Superliga masculina e decacampeã do Campeonato mineiro. O investimento do clube atrai jovens de todo o país, que buscam alcançar as cinco ou sete vagas disponíveis no time principal, como é o caso de Guilherme Rech e Pietro Santos, que compartilharam suas histórias, dificuldades e desejos com nossa equipe. Confira!
Em contrapartida, há quem já alcançou toda a glória no esporte. Sheilla Castro, oposta da seleção brasileira, é uma das maiores jogadoras da história do país. A atleta é belo-horizontina e está na sua segunda passagem pelo Minas Tênis Clubes. Com 36 anos, Sheilla está de volta às quadras depois de um período sabático de três anos. Após as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, a multicampeã havia informado sua aposentadoria da seleção e uma pausa na carreira para se dedicar à família. No entanto, ela repensou a decisão e já voltou a disputar campeonatos com a Seleção Brasileira.
O currículo de Sheilla é extenso. Iniciou a carreira no Mackenzie-BH, passou pelo Minas, se transferiu para o Pesaro, da Itália, retornou ao Brasil jogando em São Caetano, Rio de Janeiro e Osasco. O último clube defendido pela oposta foi o Vakifbank, da Turquia. É campeã olímpica em Pequim 2008 e Londres 2012. No currículo ainda constam sete títulos do Grand Prix (atual Liga das Nações), seis do Sulamericano, dois títulos da Superliga e um do Mundial de Clubes, além de várias outras conquistas pela seleção, pelos clubes e premiações individuais. Em 2018, Sheilla realizou um sonho que faltava: ser mãe.
A bicampeã olímpica conversou com a Curinga e contou como está sendo conciliar a vida de mãe e atleta. Além disso, ela deixou um incentivo para os jovens que tentam uma chance no esporte.
Compusory. Adolph. Front. Barani. Esses nomes se referem a alguns movimentos executados e avaliados no trampolim. Na ginástica de trampolim existem diferentes modalidades: a individual, com o atleta saltando na cama elástica fazendo os elementos técnicos necessários; a sincronizada, com dois ginastas saltando ao mesmo tempo; o duplo mini-trampolim, onde o atleta faz uma pequena corrida antes dos movimentos; e o tumbling, com o atleta percorrendo uma pista de 26m executando as acrobacias. O esporte, embora ainda sem grande relevância nacional, faz sucesso em Ouro Preto há alguns anos. O ouro-pretano Lucas Tobias é atleta do Instituto Trampolim há 11 anos e já tem um currículo cheio de conquistas. O ginasta é uma das principais esperanças para o futuro da modalidade brasileira.